Cursos de jóias e de gravura em Florença

Uma das perguntas que mais recebo é de pessoas que querem vir morar em Florença por alguns meses para viver la dolce vita e aprender italiano mas que também gostariam de fazer algo mais. Infelizmente eu não sou muito boa nisto por nunca ter feito nenhum curso destes e nem meus filhos… Mas, para o que são os amigos, não é? Então perguntei a duas delas sugestões.

Primerio, JÓIAS

A querida e talentosa design jeweller, Babette Von Dohnanyi, me deu uma lista das escolas de jóias em Florença de melhor reputação.

Mas antes, ollhem só que coisas lindas ela faz:

Bem sua lista é (para ir ao link da escola, é só clickar no nome)

–Le Arti Orafe
–Perseo
–Alchimia
Se não gostarem de nenhuma, coloque, Scuole Orafe Firenze no Google.

Segundo GRAVURAS

Ao invés, quando perguntei à Marina neste fim de semana sobre o seu curso de gravura na histórica e excepcional Fondazione Il Bisonte, ela me respondeu com uma linda carta que gostaria de dividir com vocês. Mas antes…

Marina (foi ela quem escreveu o post sobre cortar e pintar o cabelo sozinha se jogando no mar para lavar o hené, vocês lembram? AQUI) é italo-brasileira e veio morar em Florença de Curitiba há poucos meses. Sua intenção é de expor seus dois filhos ao lifestyle italiano e sua língua. Ela alugou um pezzo di villa (pedaço de villa. Aqui, como algumas casas antigas são muito grandes, elas são divididas em várias unidades) na Torre del Gallo, uma das colinas mais lindas da cidade. Olhem só a beleza!!

Ela mora no “dente” de casa que vem para fora. Lindo, lindo!! E a piscina?!? E a vista?!?!?

Mas vamos à carta…

Caríssima Consuelo,

Foi muito legal te ver no Domingo, pena que mal deu pra por o papo em dia, mas estava divertido. Agora que vamos parar de viajar por uns dias, teremos mais oportunidades.

Enquanto você esteve fora, arrumei um monte de novidades.

Voce sabe que gosto de desenhar, pintar, etc. e andei procurando no Google por cursos de arte aqui em Firenze, mas existem milhares! Como saber qual presta e qual seria mais um “tourist trap”? Nessa busca, vi uma escola cujo nome me atraiu, Il Bisonte. Il Bisonte era (e, surpreendentemente, aind é) o estúdio gráfico onde meu “avô celebre” fazia suas gravuras(xilo, lito e metal). O nome atraiu minha curiosidade. Peguei o endereço no site www.ilbisonte.it (Scuola Internazionale di Grafica D’Arte) e fui até lá de bike (aliás ando de bike pra tudo quanto é lado em Firenze).

Encontrei Simone Guaita, sobrinho neto da fundadora do Bisonte, Maria Luigia Guaita. Ele me contou a história do Bisonte, tão intimamente ligada à figura enérgica dessa mulher que trouxe a Firenze uma técnica que aprendeu na Escócia. Essa artista, manager, banguardista, e sobre a qual há um livro intitulado “Il Bisonte Sono Io” ( O Bisonte sou eu). Sontrbibru a Alluvione (grande inundação de Firenze em 1966) através de uma janelinha no alto de uma sala com pé direito de uns 4 metros. Com tudo destruido, não desistiu, como um “anjo da lama” (expressão usada ao voluntários que ajudaram depois do desastre) limpou, refez e salvou um patrimônio tão expressivo da arte do século Passado.
Ele me contou como Guaita, com a ajuda de meu avô, atraiu grandes nomes, como Carrà, Mino Maccari, Picasso, Henry Moore e outros, a trabalhar nesse estúdio. Foi um centro de troca de conhecimeto, ponto de encontro de artistas. Depois, décadas mais tarde, o estúdio virou escola internacional e é uma das mais respeitadas nesse nicho.

Os Printmakers viajam pelo mundo e trabalham em estúdio em diversos paises, como nômades… Se encontram por algum tempo com artistas num estúdio em determinada cidade…que depois reencontram em outros estúdios em outros paises pelo mundo afora. Ligados pela mesma paixão. Mas soltos. Quase ciganos, quase uma tribo..mas independentes. Dessa forma, as tècnicas migram de estúdio a estúdio e os alunos compartilham o conhecimento adquirido em outros lugares, depois voam para outras bandas. E a arte cresce. Existe há milhares de anos. Os primeiros registoros são da China.

Após ouvir o entusiasmo dele com o trabalho realizado, não tive dúvidas. Na hora me matriculei para um curso de 5 aulas de gravura – para aprender e entender as técnicas que fazem desse tipo de arte gráfica um desafio laborioso ultra gratificante! Nunca imaginei que ficaria encantada a ponto de querer continuar quando acabaram as cinco aulas. Já fiz mais um pacote de 2 meses e não penso em outra coisa! Só quero criar e aprender mais e mais!

A técnica é talvez uma das mais laboriosas entre as que conheço. Talvez tão trabalhosa quanto cerâmica/esmalte de alta temperatura… mas é apaixonante, pois é manual, cerebral, científica e artística… tudo ao mesmo tempo!

O lugar onde temos aulas é lindo, são antigas cocheiras do Palazzo Serristori, no quartiere de San Niccolò, entre o Arno e o Piazzale Michelangiolo.

Beijo depois falamos.

E ela até me mandou fotos!!

A sala de entrada da Fundação Il Bisonte na Rua San Niccolò 23 (rosso)

A entrada da escola, com todo o equipamento antigo

Meu colega do Japão que agora vai ficar mais tempo em Firenze! Diz “mi piace Firenze, sto qui un pò” (eu gosto de Florença, estou por aqui um pouco)… Super gente boa… resolveu trabalhar na escola depois que terminar seu curso anual no mês que vem.

Uma baia de cavalos que virou laboratório

Outra colega, esta veio da India. Grande talento! A mãe dela é ceramista.

Estes foram meus primeiros trabalhos

Bacana, não?