Lucca: almoço com amigos e Giotto

Domingo fomos a Lucca, 50 minutos de carro de Florença. Foto Roberto Leone

Quem me segue por aqui e no Instagram admira o quanto viajo.  É verdade e é lindo!!  Mas sempre gosto de clarificar o quanto é fácil viajar na Europa.  De onde moro em Florença, com um vôo de no máximo 2 horas e um custo médio de 250 Euros (750 reais), você pode estar em Paris, Londres, Frankfurt, Viena, Berlim, etc..  De trem, em meia hora e 25 Euros (75 reais) em Bologna, 1 hora e 40 e 50 euros Milão, 1 hora e 20 mais 40 Euros, Roma ou 2 horas e 45 Euros, Veneza.  As auto-estradas são ótimas e capilares com pedágio decente.  Talvez a gasolina seja a coisa mais cara.  Isso tudo para dizer que viajar na Europa é fácil, rápido e relativamente barato, além de familiar.  Por isso viajamos tanto por aqui.

Domingo passado, fomos a Lucca almoçar na casa de um amigo do Roberto que ele não via há 30 anos e reencontrou em uma festa algumas semanas atrás.

A cidade fica a uns 50 minutos de carro.  Já falei da super feira de antiguidades AQUI e AQUI.  É uma linda cidade que quase não foi destruída durante a guerra e portanto é praticamente intacta!  Linda de se visitar!

A cidade é cercada por quase 5 quilómetros de muros renascentistas que defendiam a cidade e hoje são maravilhosos para passear a pé e de bicicleta.

Tem que se estacionar fora do centro histórico e ir a pé ou de bicicleta ao destino.

No caminho, praças, igrejas, ruelas e inúmeros restaurantes e delicatessen

Adoro como as lojas mantém as fachadas antigas!

A casa onde fomos é na praça da catedral

Na entrada do apartamento, o estacionamento das bicicletas, melhor forma de transporte do centro histórico da cidade.

Olhem só que linda a vista da janela! Direto na catedral!!  Linda foto do meu querido Roberto Leone

Nosso anfitrião, Fabrizio com a mão na massa!

Ele preparou ameixas secas enroladas no bacon no forno,

Fondue de queijo…

…para comer com verdura fresca e de sobremesa…

…uma torta de suspiro, chantily, marron glacé e chocolate!! Mas esta foi preparada pela querida amiga Rosana…

…que também é expert em Gin and tonic com a sua assinatura, um twist de menta!

Depois do almoço, fomos visitar a exposição de uma pintura de Giotto (1266/7 – 8 de Janeiro, 1337).  Esta Madonna di San Giorgio alla Costa, provavelmente de 1295,  sofreu enormes danos em 1993 na explosão dolosa de Via dei Georgófoli, muito próxima ao lindo museu Uffizi de Florença.  Foi restaurada e é a primeira vez em 30 anos que ela volta a ser exposta.

Saimos de casa com o pôr do sol que coloria o céu.

No caminho nos deparamos, sem querer, com o ensaio de canto clássico nesta linda pequena igreja! O filme está no meu Instagram.

Junto conosco veio outro amigo, um respeitado restaurador de quadros de Lucca.  Ele explicou tantas coisas maravilhosas que nunca soube ou havia pensado…  Imaginem que esta obra tem 720 anos.  A preservação dela tem muito a ver com o fato que os pintores na época (chamada de “early renaissance”), na verdade eram artesãos.  Eles tinham grande conhecimento da técnica de pintura mas também do procedimento para conseguir a tinta.  Neste ia cola de coelho, ovo, lápis lazuli, e assim vai.  Nosso amigo também nos conta que até o período do romantismo em 1800, e com o invenção da fotografia, assim foi.  Os pintores eram artesãos e comissionados.  Se você quisesse um retrato ou registrar algo, o único modo era através deles.  Com a fotografia, o objetivo de um quadro muda do registrar (o qual a câmera toma posse) ao interpretar, onde uma alma artística é muito mais importante.  Não é interessante isto?!!  Eu achei.

Com isso, tem que se notar que alguns pintores, anteriores ao romantismo, tinham uma criatividade aguçada e fizeram obras primas, inclusive quebrando paradigmas, como Giotto, que foi um dos primeiros a pintar realisticamente e a criar uma sensação de perspectiva em suas obras.

Adorei!!

Já estava escuro e voltamos para casa passeando por claustros da igreja di San Franceschetto que acabam de ser restaurados!… Olhem que maravilha!

A praça da igreja de San Franceschetto

A entrada à exposição e aos claustros

Não é uma delícia o que se pode fazer ao explorar os nossos arredores!