Masstige! Um conceito importantíssimo!
Falei do conceito de masstige em um artigo para a World Fashion de 2007. É impressionante notar o quanto este conceito ainda é importante! Por isso hoje, roubo um pouco do tempo de vocês para discutir este tema, pois quero muito saber o que vocês acham.
Modifiquei um pouco o artigo e este é o resultado.
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Masstige ou luxo extremo?
O mundo mudou, Internet, celular, terrorismo alteraram radicalmente nosso jeito de viver, raciocinar e nos comportar.
Não é de hoje que shopping é uma terapia. Porém nos tornamos mais exigentes. Queremos produtos melhores. Bolsas, sapatos, perfumes, roupas etc. devem exprimir nossa personalidade e estilo! No início do século 20, luxo era só para a elite, mas hoje democratizou-se. Devido à mobilização social, e à situação econômica brasileira, ficou mais acessível a muitos a compra, por exemplo, de uma bolsa Gucci ou Louis Vuitton, levando mais e mais pessoa a possuirem o que antes era de poucos. Como definição, um produto na mão de muitos, não seria mais um produto exclusivo e nem, portanto, de luxo. Como é então, que ainda consideramos a Neverfull da Vuitton algo que exprime status?
É o poder e sagacidade do marketing das marcas de luxo. Elas nao perderam o seu lustro. Nem devem. Seus produtos são lindos e de boa qualidade, mas talvez não tão exclusivos como às vezes soariam ser. E tem mais uma coisa, o desejo que um produto de grande marca induz. O prazer de comprar um relógio Rolex, de ler as horas nele, e de ser vista usando-o faz parte do preço. Caso você concorde ou não com esta premissa, é difícil negar que seja assim.
Sedução
Mas esta sedução não envolve mais a velha elite e os novos bilionários. Estes já não querem mais ser vistos usando o mesmo produto que tantos compram depois de ter enfrentado horas de fila em uma loja. Trata-se de um desafio comercial para quem tem um brand, e igualmente, uma oportunidade! Como conquistar dois segmentos de mercado do luxo: o Masstige e o Luxo extremo.
Diferencial
Masstige é a união das palavras mass (massa) e prestige (prestígio). É a combinação de códigos de luxo e de marketing de massa. Michael Silverstein e Neil Fiske no livro Trading Up e no artigo “Luxury for the Masses” no Harvard Business Review , lançaram a expressão. Refere-se a um produto de qualidade que é acessível ao consumidor e onde a diferença de preço é justificada pela gratificação de comprar uma marca prestigiosa.
Luxo extremo não tem uma definição formal: é, digamos, a gama de produtos acessíveis somente a pouquíssimos.
O primeiro exemplo de masstige é a Starbucks, que vende um café ao dobro do proço que qualquer outro lugar. Isto porque, além de ótimo café, o ambiente de suas lojas é trendy.
Outro exemplo são os co-branding. Stella McCartney e Adidas unem o prestígio na moda da primeira com a força no segmento esportivo de massa da segunda. O resultado é um produto bacana com alma sedutora para muitos.
Luxo extremo
O que é? Como tudo é relativo, o que é o luxo do masstige não é considerado luxo para os ultra-ricos. Como reação à democratização do luxo, há um mercado para o ultra luxo. Esta faixa de consumidores não se contenta com a bolsa Gucci de US$1.000, mas exige aquela de crocodilo de US$20.000! Peça úncia que só ela tem. Portanto cria-se uma nova faixa de produtos extremos, como jatos particulares decorados por Versace…
Algumas marcas são atraentes tanto ao masstige quanto ao luxo extremo. A Gucci, com seu plano ambicioso de duplicar suas vendas em sete anos, anunciado no fim de 2004, deve seguir os princípios do masstige. Aplicando-o a mercados como Rússia e China, espera cumprir o audacioso plano. Mas o nome Gucci é tão reconhecível que também pode oferecer um produto ao público que queira o ultra luxo. Basta pensar no casaquinho de pele de crocodilo dourado com gola de raposa a quase 30 mil euros!
Os luxuosos extremos exigem extraordinária qualidade, exclusividade, originalidade e serviço impecável. Vemos hoje celulares como o Vertu que custam de US$5 mil a US$310 mil! Feitos em ouro ou platina, oferecem um serviço de concierge 24 horas por dia. Pode-se pedir de tudo ao concierge Vertu, desde reservas de jets particulares a compras de colares de diamante para a esposa. Dizem que Madonna e Gwyneth Paltrow tem um destes…
Após lermos tudo isto, acredito que não devemos nos martirizar se somos “vítimas” de querer um produto que nos induz desejo. Várias são as razões para isso. O importante é manter este ímpeto em guarda. Para usar as palavras da nossa sábia leitora, Mia, “No ponto, o que deve ser levado em consideração é a influência desses desejos no quotidiano das nossas vidas. Emperra? Dá depressao, traz sofrimento? Aí sim, reside o problema!” Mas se nos traz um sorriso no rosto e não um buraco no bolso, por que não?!
Temos que lembrar também que a indústria da moda é uma das maiores do mundo e traz emprego a milhões de pessoas. Além do que, podemos contar com o amadurecimento que nos ensina a encontrar prazer e felicidade nas pequenas delícias da vida como um dia ensolarado, um domingo com tempo para jogar fora, um sorriso, uma risada de criança ou uma passada pelo consueloblog!!
😉
- October 15, 2012
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Isabella
15 de October de 2012Isso de luxo extremo acho que só vale se voce for a Madonna ou alguém tão rico quanto, pra nao ter onde mais gastar dinheiro. Ficar sonhando com essas coisas é sem noção. Obvio que eu preferia estar vestida de haute couture do que de topshop, mas também nao é como se eu fosse passar dias e noites pensando nisso!
Eu tenho a minha bolsa da Stella McCartney para Adidas que eu uso para ir ao spinning, tomo Starbucks toda hora... Até a maldita neverfull eu tenho, igual à da imagem mesmo. Mas eu comprei mais porque queria uma bolsa durável, sabe? E preciso admitir que não pensei muito antes... Acabou que eu me arrependi MUITO de ter comprado uma porque dá pra ver de longe que é louis vuitton. Acho que estou no caminho contrario, hehe.
Concordo com o que você falou e acho essa discussão bem Wharoliana. Luxo e massas eram os temas favoritos do Andy Wharol, e ainda que ele fosse riquíssimo e obcecado pelo luxo, ele não parecia ser assim porque nao ostentava nada. Tanto que ele falou uma frase que eu adoro: "look poor, think rich"! Assim que tem que ser, né?!
consueloblog
15 de October de 2012Com a maturidade sim!! E sempre me impressiono com a tua!! bjs c
Isabella
15 de October de 2012Escrevi errado... é Warhol!!! Sorry!
Luciana R.
15 de October de 2012Com o preço de uma Neverfull (que acho feia), comprei 1 bolsa e 2 sapatos na Fratelli Rossetti. Me senti mais poderosa e feliz! Sem querer ofender ninguém, mas esses "produtos baratos" das marcas de luxo, me parecem "luxo de pobre". Me entendam: "vamos fazer um produto baratinho para as classes C e D acharem que tão podendo". Alguma coisa está fora da ordem em gastar 50% do salário numa sacola dessas, ou ficar pagando em 10 vezes no cartão do crédito.
Cynthia
15 de October de 2012Vc abordou um temA que fico louca! Penso que se tivesse muito dinheiro náo faria esses estragos comprando artigos de alto luxo. Uma bolsa, dar tanto dinheiro para um coisa que tem tempo de uma estação! Será que essas pessoas fazem caridade na dimenção do gasto mensal em roupas, sapatos, bolsas,etc? Cada um faça o que acha que deva fazer, mas fico muito desconfortável quando vejo que muitos só pensam em ter.
Julian@ .. Gyn
15 de October de 2012"o amadurecimento nos ensina a encontrar prazer e felicidade nas pequenas delícias da vida como um dia ensolarado, um domingo com tempo para jogar fora, um sorriso, uma risada de criança ou uma passada pelo consueloblog"!!!!!
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Sabe que nunca fui deslumbrada com estas "coisas" que o dinheiro pode comprar? Procuro sempre ir na contra mão da "massificação".
Coisas simples me fazem realmente feliz!
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Só acho lamentável que criaturas como o crocodilo, a raposa e outros, paguem pela ganância alheia.
Estou realmente cansada desse mundinho fashion!
teresa
15 de October de 2012É um assunto polemico, e acho que o enfoque deve ser diferente nos paises centrais e nos periféricos, como o Brasil.
Aqui a gente vê pessoas se endividando para comprar um bem de luxo, como se aquilo lhe garantisse o acesso a um grupo diferenciado, desprezando ítens mais acesíveis e duráveis como educação e cultura. Ao mesmo tempo, vemos gente que tem acesso a todo o luxo, e anda em carro popular por medo de sequestro...
Há uma crise de valores onde a imagem está contando muito mais que o conteúdo, e isso pode ser bem perigoso.
Importante esse post, vai dar pano pra manga!
kika tozzi
15 de October de 2012Oii ! Consuelo adoro seu blog e mais ainda do salotto .
O que eu observo nas pessoas que eu convivo, é que nós achamos melhor comprar uma bolsa LV do que uma nacional , que esta custando cada vez mais cara e a qualidade deixa a desejar .A LV custa o dobro mas dura 4 , 5 anos , entao acho que para quem nao tem dinheiro para jogar fora ...
Sei lá ... luxo ??? adoro !! mas eu gostaria mesmo é de economizar e poder viajar muito...
um beijo enorme , te admiro muuuito !!
Seli
15 de October de 2012O teminha polêmico... Tremei Salottto!! Toda hora temos um livro, um palestrante e artigos tentando decifrar e "enquadrar" o tal luxo, seja ele de qual forma ou patamar se encontre! Pois é, agora temos luxo a, b, c , plus a e aaa +++. A bolsa muitas vezes torna-se o estandarte de acesso, não importa se isso ocorre no BR ou na Europa, sempre iremos ver, mulheres com o cotovelo dobrado empunhado o seu passaporte de aceitação social!
Aos olhos dela e de alguns outros, não importando se é falsa, de segunda-mão ou se foi paga em suaves 10 parcelas causando um estrago nas finanças. esse desejo levou as marcas, ditas de luxo, a criarem o nicho: "bolsa de acesso", caso da neverfull e muitas outras.
Meu questionamento é o seguinte : a massificação da Chanel 2.55 e daHèrmes Birkin, estão próximas de cair neste patamar ou no logo acima? Digamos na faixa, " minha segunda bolsa de grife de luxo , nunca + neverfull "!!!
Naju Santos
15 de October de 2012Isto é tema para dissertar por horas, de uma coisa estou certa eu estou me livrando dessa mania de mostrar "poder em ter". Cheguei entrar na fila da Louis Vuitton, enfrentei uma fila de chinesas enquanto aguardava fiquei pensando.... Ao pegar a bolsa, colocar no braço, olhar no espelho cheguei a conclusão: o que estou fazendo aqui , querendo gastar todo o saldo meu cartão VTM em mais uma bolsa , seria por um prazer...não definitivamente. Melhor comer, beber, viajar fazer coisas que nos dão prazer imenso afinal o que levamos da vida... O que se leva da vida é a vida que se leva... O que vivemos ninguém nos tira, já o material... Concordo com Juliana aí acima, o amadurecimento nos ensina, confesso que demorou. Bjus, Consu
teresa
15 de October de 2012Em tempos de superexposição, acho que o verdadeiro luxo é poder andar pelo mundo no anonimato!
Danielle
15 de October de 2012Tão lúcida a sua reflexão, Consuelo! Você tem tanta razão ao afirmar como compramos o status junto ao produto.
A bolsa que porto, queira eu ou não, é um signo, um depoimento. Mas fica o questionamento: o fato de sempre ter sido muito bem tratada no exterior deveu-se à minha bolsa ou à minha educação? Creio que a delicadeza é um valor de alto prestígio e é gratuito, embora, infelizmente, não seja de domínio da massa.
Um beijo da leitora que ama o seu blog tão delicado,
Danielle.
Cristiane Lara
15 de October de 2012Tem um comentário que precisa ser feito: Os preços dos produtos "masstige", que aqui no Brasil são importados, são muito alterados por causa dos nossos impostos, o que acaba tornando-os de fato ainda mais caros e inacessíveis. Quero dizer, um Ray-ban custa a partir de... 500 reais aqui no Brasil, no free shop a gente pode comprar por a partir de... 150 dólares!!!. Os carros então nem se fala, as diferenças são absurdamente incríveis e o que aqui são carros acessíveis à classe alta, são os mesmos primeiros carros dos adolescentes americanos. Ou seja, nós brasileiros pagamos muito, muito, muito mais caro para ter acesso a produtos que são considerados de luxo... é como as coisas são por aqui!
Lu
15 de October de 2012Demonizaram a pobre Neverfull? Digo isso pq já vi comentários parecidos em outros blogs. Na minha opinião, devemos mesmo procurar aquilo que nos dá prazer. Se custará metade do salário ou ele todo, o importante é que o comprador se sinta feliz! A grande verdade é que no Brasil se paga caríssimo por roupas, sapatos e bolsas. Mesmos os artigos de boas marcas deixam muito a desejar no quesito qualidade/acabamento/durabilidade se comparados com outros a que temos fácil acesso no exterior pelo mesmo preço e muitas vezes até mais barato.
Maria Araci Corrêa Meyer d'Avila
15 de October de 2012Assuntinho difícil este!!!! Quase tudo já foi dito acima e bem dito! A única coisa que eu tenho certeza é que eu não quero, nunca, ser propaganda ambulante de alguma marca com seus logos espalhafatosos. Gosto de uma bolsa de qualidade, tenho oportunidade de comprar nos Estados Unidos onde minha filha mora e onde se paga bem menos que no Brasil. E...se falando do luxo nāo material: um dos luxos pra mim é ter meu blog onde me expresso com liberdade e o outro é vir todos os dias aqui participar deste blog adorável e deste salloto tão lúcido!
Marjorie Carvalho
15 de October de 2012Olá Consuelo querida!
Olá leitoras do Blog da Consuelo!
Achei o post interessantíssimo, assunto atual, discutível e...para refletirmos sobre os valores.
Li todos os comentários e achei excelente as reflexoes. Pra quem nao sabe eu moro na Alemanha e trabalho na Louis Vuitton: tenho a experiência diária de observar o consumidor Louis Vuitton. .
E...tenho uma Neverfull - ganhei de aniversário há alguns anos. Uma grande ironia, nao?! ;-D
Um grande abraco para a querida Consuelo com seus posts maravilhosos!
E parabéns leitoras do Blog da Consuelo!
Julian@ .. Gyn
15 de October de 2012Que simpatia você, Marjorie!!!!!
Marjorie Carvalho
15 de October de 2012Muito obrigada!
consueloblog
15 de October de 2012O que você pode dizer deste consumidor?
bjs
c
PS Este artigo não é um ataque a nenhuma marca, mas sim um estudo do comportamento de consumo atual.
Marjorie Carvalho
15 de October de 2012Olá Consuelo,
Sim, eu entendi a mensagem que você quis transmitir com seu post e acho muito importante discutirmos o comportamento do consumidor - no meu caso: eles pagam o meu salário! ;-D
No Brasil, eu estudei Publicidade, Propaganda & Marketing. Ou seja, tenho lá minha nocao de estratégias, mensagens subliminares, visual e etc.
A Louis Vuitton utiliza recursos inteligentes. A marca possui prestígio e tradicao, um atendimento impecável, além de qualidade. Com Marc Jacobs a marca francesa expandiu seu leque de opcoes (modelos, estampas, materiais, cores e etc) e isso despertou no consumidor uma curiosidade que virou interesse que por sua vez tornou-se uma paixao.
Há ali todo o tipo de consumidor: a garotinha sonhadora que há meses deseja uma Speedy 30 em Monogram, há também as colecionadoras de edicoes limitadas, as clientes exigentes que gostam do produto diferenciado...enfim: o que todas elas tem em comum é a EMOCAO. Tudo ali é comprado com a emocao, seja esta positiva ou nao.
Nao é dos dias de hoje essa necessidade do ser humano de querer se sentir incluso através de um produto que oferece status. Em tempos remotos, as mulheres costumavam se expressar através da moda e diferenciar seu nível social através dos chapéus, por exemplo.
Eu, particularmente, sou a favor da sensatez. E acredito que cada um sabe o tamanho de seu sapato. Se nao souber, ou vai apertar o pé demais ou o pé vai escorregar demais ali dentro. E é aí que cada um aprende sua licao!
Um beijo a todas!
consueloblog
15 de October de 2012Obrigada pela ótima resposta tão elucidativa! bj grande, c
Janisete Miller
16 de October de 2012Muito interessante seu comentário, Marjorie. Seu texto é muito gostoso de ler. bjs
Marjorie Carvalho
25 de January de 2013Olá Janisete, muito obrigada! :-)
Laura
20 de October de 2012Muito interessante seu ponto de vista, Marjorie. Sou tão contra depositar sua felicidade em uma bolsa, mas o seu ponto de vista é muito bem embasado.
Marjorie Carvalho
25 de January de 2013Olá Laura, obrigada pela delicadeza! Achei interessante a sua colocação 'depositar a felicidade em uma bolsa' e decidi retomar o tópico. Vou compartilhar com vocês 1 estorinha, 2 reportagens lidas sobre a Hermès e o que conclui de tudo.
No ano passado estive de férias em Grasse, uma cidadezinha em Côte D'Azur conhecida por suas fábricas de perfumes. Visitei a fábrica da marca Fragonard (aliás, recomendo!) e durante a visita foi explicado ao grupo que um perfumista, para obter sucesso em seu trabalho, deve levar uma vida regrada: nao beber bedidas alcóolicas, nao comer alho, nao fumar entre outras coisas - de forma que seu olfato fique apuradíssimo e ainda assim necessita de uma boa faculdade além de muitos anos de treino. O melhor perfumista do mundo se chama Jean-Claude Ellena, vive e trabalha em Grasse para...HERMÈS desde 2004, quando a marca lucrou horrores ao lançar 'Terre d'Hermès' usando apenas 30 ingredientes. Para quem entende de perfume, isso é um luxo! Você com pouco recurso chegar à uma fragrância que dispara o lucro mundial de uma marca: bingo!
Detalhe: a Louis Vuitton adquiriu em Grasse uma fábrica e irá "nos próximos capítulos da novela" lançar sua primeira fragrância. Nao sei quando e nem quem será o nosso 'Parfumeure' mas está nos planos sim! Aliás, de todas as marcas luxuosas, somente a LV ainda nao possui cosméticos. O grupo LVMH sim: Dior, Guerlain pertencem ao grupo mas...!
A 2a. reportagem que li, também na revista alemã 'SPIEGEL', traz uma entrevista com Patrick Thomas, da Hermès. Ali, com muita delicadeza, ele foi claro: Hermès nao quer conquistar a massa, nao quer disputar Marketing nem está interessada em quantidade. E é aí que ele aborda o tema "Masstige" alegando produzir bolsas artesanais, tradicionais, de qualidade para um público específico. Ou seja, nao estao interessados se a maioria quer que a marca produza uma bolsa acessível, ou na cor da moda e etc. Quem se identificar com o tradicionalismo e puder comprar bem, senao: amém!
Na rua luxuosa em que trabalho tenho conhecidas que trabalham pras marcas concorrentes e em horário de almoço a gente meio que se visita seja pra dar um oi ou ficar atualizado das novidades - entao tenho conhecidas na Chanel, na Hermès, na Bulgari, na Cartier, na Gucci, na Jimmy Choo - e a gente fica informado e passa a entender tanto a moda quanto o consumidor: o que eles andam comprando mais, se estao gastando mesmo ou só olhando. A moda pra quem cria é arte e pra quem consome é uma necessidade de expressar com arte a sua identidade!
Há quem faça isso de forma incoerente: se veste da cabeça aos pés com peças da moda, do momento e ainda por cima das marcas caras.
O grande barato é você simplesmente não se deixar escravizar pela lavagem cerebral que as revistas de moda fazem (e que nós mulheres ricas ou não amamos folhear!). Você compra peças básicas com qualidade em lugares conhecidos porém com preços acessíveis e investe em um ou outro produto clássico que deseja ter "pra uma vida toda" - se achar necessário!
Há quem queira muito ter uma bolsa Chanel 2.55 e está disposto a pagar por ela €3.000,-. Há quem prefira gastar esse dinheiro numa bela viagem. Há quem não realize nem este tampouco aquele sonho mas também não é caridoso. Existe todo o tipo de gente, todo o tipo de gosto, desejos, sonhos, caridade, egoísmo, insanidade.
Nao adianta a pessoa fazer caridade mas também gastar sem freios só porque tem sobrando. Eu acho que pra tudo é preciso ter bom-senso!
O importante é sabermos a NOSSA missão aqui e cuidarmos daqueles que nos rodeiam e nos importam com AMOR!
ps.: Vou contar um segredinho: nem com esse tanto de gente usando a "maldita Neverfull" (como disse a leitora Isabella lá no alto do tópico! :-) ) eu deixei de gostar da minha porque nunca adquiri algo pensando se todo mundo tem ou só alguns podem possuir. Eu simplesmente me identifiquei com a bolsa e ganhei de aniversário antes mesmo de trabalhar pra Louis Vuitton. Entao tem um significado especial porque foi uma surpresa carinhosa!
Em Abril vamos inaugurar em Munique a primeira Flagship Store da Alemanha, estao todos convidados a conhecer a nossa Maison!
Um bom fim de semana a todas e,
perdoem-me pelo enorme texto!
Com carinho, Marjorie.
Seli
16 de October de 2012A Neverfull não está sendo demonizada... ! Mas sim a explosão de números. Acho ela um bom custo benefécio no quesito tote/sacola. Tenho uma sacolona da Celine, simples , discreta e está durando tanto quanto uma canvas LV.
consueloblog
5 de February de 2013Marjorie, agradeço sempre e muito a tua insider opinion que é preciosa para nós!! Um grandissimo abraço e escreva quando e o que quiser sempre!!!!
bjs
c
Adrianne
5 de February de 2013Amei seu texto, Marjorie! Obrigada por aparecer.
Beatriz
7 de November de 2017Excelentes respostas/pontos de vista da Marjorie. Principalmente porque ela conclui com duas palavras que amo e sempre utilizo nas minhas opiniões: “sensatez e bom-senso”. Consuelo, cheguei a este seu post porque estava pesquisando mais sobre o tema, já que haverá um curso a respeito em uma conhecida faculdade voltada principalmente para o Marketing em SP. Este seu post vem muito a “calhar” e ainda está super atualizado. Parabéns pelo blog e seu carisma e simpatia são “show de bola”!
consueloblog
7 de November de 2017Q legal!!! Se puder, mencione o Cblog!;-) bjs c
Flavia Brito
15 de October de 2012Consuelo,
A passagem pelo seu blog hj, foi uma grande surpresa pra mim. Adorei a maneira que você escreve sobre os assuntos que aborda, principalmente neste mundo da blogosfera em que muitos blogs perdem a essência, se tornam comerciais e acabando caindo na mesmice.
E lendo seu blog hoje descobri que ainda podemos encontrar verdadeiros formadores de opinião.
Parabens Consuelo!!!
bjs
Flavia
Françoise
15 de October de 2012Luxo dos luxosTenho produtos de "massa" ,que adoro:minha mochila Vuitton de 20 anos atrás,uma never full(que adoro),nem lembro quando comprei,mas a danadinha resiste!acho isto luxo?Não ,gosto de coisas práticas.Luxo mesmo é ter tempo prá mim e pros meus netos,é tomar um banho de mar no verão,é dormir em uma cama gostosa , é ter construido uma vida sem prejudicar ninguém...mas ,isto é luxo de vida ,nada a ver com lluxos materiais,que vez por outra caem bem.Na vida todo excesso é danoso,há que se ter equilibrio .Passado temos ,mas nossa história é construida dia após dia, e se em alguma hora quisermos brindar com champagne, brindemos !!!
Marjorie Carvalho
25 de January de 2013Querida Françoise, que comentário delicioso de se ler. Me identifiquei demais com sua forma de pensar. Parabéns!
G. Del Carlo
15 de October de 2012Eu abro mão de ter uma bolsa de 100 reais para ter uma de 4000 e durar muitos anos a mais do que a primeira. Sem contar o fator beleza, acredito que as bolsas de marca dão ares de sofisticação tanto quanto uma qualquer. Mas também entra a questão do montar o look adequadamente, certo? Isso eu acredito não fazer muito bem rs, então aposto em uma bela (e cara) bolsa de luxo(inho) para me ajudar a compor isto.
Também acho que a questão do exclusivismo cabe aos ultra ricos mesmo, já que qualquer pessoa pode ter um item de luxinho (digamos, assim), a menos que confeccionemos nossas próprias identidades, mas a graça para eles está no "torrar em massa" (Tosstige?), não é?
Mas compartilho da mesma opinião: luxinhos que trazem sorrisos fazem bem. E sem apegos (pelo menos até dar uma envelhecida kk)
Alexandre Pavao
15 de October de 2012Consuelo e seus textos que trazem polemica!
Esse é um assunto que gera muita reflexao, e conheçimento de si proprio.
Hoje em dia somos bombardiados por informaçoes e por um marketing que nos induz a gastar um dinheiro que nao temos. Mas damos um jeitinho alí, um aqui e acabamos comprando aquela bolsa de couro de arraia vinda do oceano atlantico, só para ter aquela sensaçao de ''COMPREI!'' , porem : se achar a mesma bolsa no exterior, pode ter certeza que ela estará 60% mais barata.
Hoje os impostos no Brasil é quase um suicidio fatal para o comprador. Produtos que deveriam ser para a classe C lá no exterior, aqui é pra B/B+ !
Em alguns comentarios aí em cima vemos a citaçao BOLSA DE ACESSO, e é isso mesmo. Qual mulher nao quer carregar uma Birkin vintage para ser bem tratada em qualquer loja? Hoje em dia, existem lojas especializadas em alugar bolsas de grifes.
Quando carregamos um produto de uma marca poderosa no mercado, estamos tentando conseguir um status que sem o mesmo, nao conseguiriamos.
O luxo mesmo é viver em paz consigo mesmo, amar, sorrir, chorar, e curtir o que Deus nos deu de graça, a VIDA!
bjs.
Shirley Stamou - Garotas Modernas
15 de October de 2012Consu,
Amei, amei seu texto!
Acho que produto de luxo é tão relativo...
Para quem não tem sequer casa própria, um lençol de percal de 300 fios pode ser um luxo inatingível, impensável... Para quem tem melhores condições financeiras é o jogo de 1.000 fios de algodão egípcio.
A Neverfull em questão é uma bolsa prática, ótima para o dia a dia, leve e durável e de excelente qualidade. Pode parecer "bolsa luxuosa" para alguns que precisam parcelar aqui no Brasil para comprar e pode parecer uma "LV de pobres" para quem tem dúzias de bolsas que custam mais de 10 mil reais.
Para mim é só uma bolsa que tenho, da qual gosto muito. Uma das minhas favoritas pois cabe tudo: meu iPad, laptop, máquina fotográfica e todas as tralhas que se carrega num dia de trabalho.
Não se pode julgar uma pessoa pelas roupas, bolsa ou relógio. O dono do Facebook, Mark Zuckerberg, usa todos os dias jeans e o mesmo modelo de camiseta cinza (tem cerca de 20, conforme disse em entrevista). Já sua esposa ocupa a maior parte do closet.;)
Sempre haverá pessoas que "vendem um rim", se endividam ou usam coisas falsificadas para ostentarem o que não tem e sempre haverá pessoas que até podem comprar uma bolsa mais cara do que a Neverfull, mas compram o tal modelo sem se importar se é "LV de pobre" como disseram acima, pois apenas pensam: "gostei, posso pagar, achei o preço justo".
Aqui em Florianópolis é muuuuuuito comum pessoas viverem de aparências: moram mal, comem mal, vivem endividados, mas tem uma Birkin...
Luxo para mim é ter tempo, poder fazer Pilates no meio da tarde, não precisar trabalhar naquilo que odeio, conviver com pessoas bacanas, poder comprar muitos livros e revistas para ler, ter uma casa confortável, de preferência com lençóis muito macios e pijamas novos.;)
Adoro ficar bonita e confortável em casa. Justamente um lugar onde não preciso de bolsas!
beijos!!!!!!!!!!
Simone
15 de October de 2012Nao acho que a frustração de ter ou nao ter va induzir a qualquer tipo de depressão. As nossas angustias, tristezas ou mesmo depressões, são acumuladas por diversos fatores que carregamos através do tempo. Nao sou psicóloga e nao dou pra isso, mas comprem o que quiserem, quando quiserem e quando puderem. A pessoa que fica feliz sendo uma cliente ultra luxo ou simplesmente "meio luxo" vai ser feliz também comprando algo mais simples, mas de boa qualidade. O que importa e ter estilo .... E correr atras. Bjs
Adélia Carla
15 de October de 2012Assunto polêmico, comentários muito bem escritos.
Concordo com Françoise , Na vida há que se ter equilíbrio, e se quisermos brindar com champagne , que seja.
Afinal trabalho tanto, se posso comprá-la , mereço !!!
Abraço .A
Maria Ester Reis
15 de October de 2012Penso que o problema vem do momento atual onde as pessoas dão permissão para serem traduzidas pelo o que têm e não pelo que são, pensam ou fazem.
Não vejo problema em gostar de produtos bons, isso é hipocrisia.
Mas o design e a beleza me atraem muito mais. E vamos combinar que certos produtos que viram símbolo de status não são nada demais...
Desde muito nova impliquei com essa coisa de logo aparecendo. E também em usar o mesmo que a maioria.
Criatividade e bom gosto para mim valem muito mais que usar a peça que virou unanimidade.
Nunca gostei mesmo de andar uniformizada! rrsrs
Me desgosta chegar em alguns lugares ou eventos aqui em São Paulo e ver um monte de gente igual.
De qualquer forma, usar o que te dá prazer é importante. Desde que não esteja fazendo um rombo na carteira e complicando sua vida.
Mas resta a pergunta: realmente usaria se não fosse símbolo de "status"???
Abraços
Marjorie Carvalho
25 de January de 2013Querida Maria Ester, compartilhamos do mesmo raciocínio! Amei seu comentário! É isso aí! :-)
Andrea - Curitiba
15 de October de 2012Excelente texto, Cons! Inclusive com a otima citacao da Mia. Todos os amigos do salotto ja disseram tudo acima. Concordo com todos. Eh aquela velha estoria da pessoa valer mais pelo o que esta usando do que pelo que relamente eh. E isso eh muito triste! Sou de Curitiba mas vou muito ao Rio. Ja vi muitas vezes o Eike Batista e seus 6 segurancas comendo sanduiche em barzinho e ate em posto de gasolina. Alias ele mesmo disse em entrevista que quando realizou um grande negocio foi comemorar com sanduiche de mortadela na padaria da esquina. Entao fico a divagar sobre luxo, dinheiro, felicidade...Sobre esse altissimo luxo; um exemplo sao os novissimos bilionarios da Russia. Os ¨iatezinhos¨ ja nao bastam para eles; tem que ser tudo do mais alto padrao, inatingiveis para o resto do planeta. Mas como alguem escreveu acima, se a tal bolsa, que alias, ja esta como ¨bunda¨, pois todo mundo tem, se faz alguem feliz em te-la presa aos ombros, se a faz mostrar ¨seu padrao¨, entao que compre e seja feliz! Para alguns, ter tempo para ir ao bar da esquina comer com gosto um sanduiche de mortadela eh um verdadeiro luxo! Para outros eh ostentar a tal bolsa ¨maravilhosa¨, o carro caro...Cada um com seu proprio luxo! E que sejamos felizes assim!
David Bagnall
15 de October de 2012Consuelo trabalho aqui na Australia para o mercado de luxo q cresce a cada dia mais e mais( so em Melbourne por exemplo sao 5 lojas Prada e 3 lojas Acne para uma cidade de 3 milhoes de abitantes). A China hoje consome mais de 70% aqui desse lado do mundo e uma loucura gente sem berco,sem allure, sem glamour sorry mas e verdade. A China nao e o Japao dos 80 e 90 o Luxo parece falso e pobre usados por eles.
Marcas com Vuitton,Dior,Armani,Chanel nao tem mais o UP de antes(Designers q odeia judeus,q nao gosta de gordas q tem namorado porno e usa vestido please gimme a break,hold on corra sem olhar para tras!!!) ta batido ta boring, meio uniforme sera o preco da globalizacao??? Nao acho certo ser para poucos mas tb nao acho certo essa fome sem freio se torna OVER.
O certo e o q falaram a cima e concordo a vida e curta e louca vamos comer bem,beber do bom e viajar muuuuuuuuito,eu aqui Tenho uma vida simples mas viajo ,gosto de luxo SIM mas nao sou escravo e burro dele(gosto de trabalhar para o luxo,ganhar muito $$$$$$).Aqui na Australia os precos sao JUSTOS vc nao paga em 10x mas pode se dar o prazer de ter.
Vamos comprar sim mas sem pensar em logos ou mostrar q se pode e vazio, e pobre o verdadeiro luxo e a cultura.
Luciene Felix Lamy
15 de October de 2012Como muitos já disseram, polêmico o tema desse post, hein?
Vários pontos de vista já foram apontados e jamais esgotaremos o assunto... ;)
Mesmo com algum acervo sobre o tema (de Homero a Lipovetsky, passando por Voltaire) ainda não pude me dedicar a estudar o assunto (luxo).
Por enquanto, a única definição que tenho é que luxo é raro, por isso mesmo, distintivo porque exclui. E muito!
Desconfio que o objetivo primevo das marcas de luxo seja despertar e fazer florescer o desejo, fomentado-o até mesmo onde não há. Ou seja, não somente criam signos de prestígio mas incutem a necessidade da posse deles, a fim de promover a aceitação através da ilusão (ou da realidade) de se 'fazer parte' daquele grupo que elegemos como sendo de nossos 'pares'.
No afã dessa perseguição incessante na conquista da 'distinção', atualmente, o 'luxo' me lembra a imagem do cão correndo atrás do próprio rabo: elege o que agrega valor àqueles que conquistaram poder econômico distinguindo-os, para logo em seguida, relegá-los à vala comum, elegendo outra insígnia de distinção, mais inacessível aos mortais.
Envolvidos nisso, criam coisas belíssimas, de qualidade excepcional! E, como apontado acima, seria hipocrisia não admirá-los, desejá-los e, quem sabe até, adquiri-los!
Até por contar nos dedos (de apenas uma das mãos!) os conhecidos que podem dispor de um apê próprio e governança completa em mais de um continente e/ou renomados chef's 24h à disposição em suas gigantescas embarcações privadas (luxo extremo), desconfio que não há nada mais que “masstige”, sonho da vasta 'classe média'. Classe essa que, quando ignora o patético de sua condição transmuta-se em classe 'mérdia' mesmo.
Creio que não haja algo mais desprovido de razoabilidade, mais 'sem noção' que endividar-se para consumir e (mais lastimável ainda), ostentar: “Roupa cara não esconde educação barata.” (desconheço a autoria).
Beijos,
lu.
PS1: E, como 'luxo' lembra estratificação social, embora eu discorde de alguns pontos, esse vídeo nos faz refletir: http://www.youtube.com/watch?v=9RbBPVPybpY
PS2: "Luxo extremo" para mim é algo personificado por 'Dona 'Angelina: boa profissional, jovem, bonita, magra, rica, mãe, um belo marido e engajada. Há alguém ou algo mais raro que isso?
Bia Dotorovici
16 de October de 2012Luciene ,
ADOREI A PALESTRA DA MARILENA CHAUÍ
consueloblog
16 de October de 2012Lu, comentário incrível!! Obrigada!!!! Q orgulho de ser tua amiga!
Bjs
C
Luciene Felix Lamy
16 de October de 2012Também gostei, Bia. Explicita outros ângulos.
Mas acho que, até por conta de um lamentável episódio pessoal, ela 'carregou nas tintas', rsrs. Também sacrificada, a 'classe média' arca com tributos absurdos (colégios, planos de saúde, empregados domésticos, combustível, vestimenta, lazer e tantos outros) e acho lícito que almejem progredir, inclusive materialmente.
Consu, uma vez que, luxo mesmo é SER, um 'Luxo extremo' é ser de Alma nobre. Generosa, autêntica e bondosa, a sua é incrível! Assim como a de muitos que tenho a grata satisfação de conhecer por aqui. ;)
Como já apontava "Mamisa", ostentação (até de conhecimentos/cultura) não é legal... Quando elogiam algum texto de minha autoria, constrangida por genuína humildade, vou logo esclarecendo: Menos, menos...
Conheço pessoas que não tiveram condições de completar sequer o Iº Grau (antigo ginasial, atual Ensino Fundamental) e se revelam de uma sapiência ímpar. Jamais devemos presumir que uma pessoa que não tenha tido oportunidade (ou interesse) em amealhar um vocabulário tão vasto seja menos inteligente. Podem até não ter o nome da 'coisa', mas nada lhes escapa! Enfim, conhecimento não é sabedoria.
Curiosamente, nem judeu, islâmico, nordestino, negro, asiático, obeso, nanico, idoso, feio, deficiente ou gay, o maior alvo de preconceito é mesmo o pobre (e, observem que, diametralmente oposto à pobreza, impera o LUXO).
Por carecer de educação e cultura (embora haja exceções), é na miséria que a fealdade (feiúra), em sentido 'lato', reina.
Sugiro a leitura de "Crime e Castigo", de Dostoiévski. É impressionante a magnanimidade de Dúnia. Paupérrima, mas de uma postura digna de rainha.
As pessoas não deveriam se envergonharem de ser/estarem pobres, mas de serem más, desrespeitosas com o espaço alheio, ignorantes. Vaidosa e superficial, é esse ponto nevrálgico que a 'ideologia da classe mérdia' (a do consumo desenfreado) se recusa a enfrentar. Seria encarar Medusa*.
Beijos,
lu.
(*) Petrificar-se.
Seli
16 de October de 2012É isso Luciane,
Adorei a citação " cachorro que corre atrás do pp rabo". Perfeito!
Janisete Miller
16 de October de 2012Obrigada pelo vídeo, Lu. Gostei muito da palestra da Marilena Chauí - fazia bastante tempo que eu não assistia nada dela. bjs
Andrea - Curitiba
16 de October de 2012Excelente texto, Lu!!
Luciene Felix Lamy
16 de October de 2012Consu querida,
Assim como você, muitos aqui mencionaram a importância de educação e cultura enquanto alicerces do verdadeiro luxo, por isso, gostaria de oferecer um mimo à galera do Blog + luxuoso da web, o ConsueloBlog:
http://lucienefelix.blogspot.com.br/p/cursospalestras.html
Será concedido Certificado! ;)
Beijos,
lu.
Drica Melo
17 de October de 2012Vaidosa e superficial? Petrificar-se!!! hahaha... poderia ser Plastificar-se??? bom de mais Lu... álias seus dois últimos artigos sobre bajuladores está D+... Adorei!!! Parabéns!!!
Luciene Felix Lamy
17 de October de 2012Putz!
Mas num é que já "plastificou" mesmo?
Menina, sequer tinha pensado nisso: que tragédia cômica! Ou, que comédia trágica! rsrs.
Demais é Plutarco. ;)
Ana,
O "dona" é por minha conta. É uma sirigaitazinha* que já pariu num sei quantos filhos de um dos zômi + lindos que já vi (depois do meu, rsrs). Luta pelos refugiados de guerras civis.
Beijos,
lu.
* Com esses termos, a gente 'entrega' a safra, rsrs.
consueloblog
17 de October de 2012hahahah!!! A Brangelina!!!Também não tinha entendido, mas fiquei na moita... bjs c
Janisete Miller
17 de October de 2012E garota-propaganda da LV!!
Este termo ainda é usado ou, como disse a Luciene, estou "entregando minha safra"?? ;) bjs
ana
17 de October de 2012Desculpe a ignorância. Quem é dona Angelina?
Quiteria Franco http//: visualquiteriafranco.blogspot.com
19 de October de 2012Luciene, a palestra da Marilena Chauí é sensacional. Iluminadora!
Muito Obrigada!
consueloblog
19 de October de 2012Concordo!!
Marianna Guimarães
15 de October de 2012Oi Consuelo, tanto o que vc explicou, como os demais comentários são bastante interessantes e elucidativos. Me vejo em muitos dos discursos que li, inclusive os seus.
Mas nessa história toda, existe um aspecto não foi mencionado, que deveria demandar um pouco de reflexão, principalmente em um momento de consumo desenfreado no mundo inteiro, haja vista o Brasil.
Adoro moda, suas possibilidades de inovação e a questão estética envolvida, mas não consigo deixar de pensar em como podemos estar comprometendo o futuro do nosso planeta, quando simplesmente ignoramos os processos produtivos.
Objetos de desejo não influenciam apenas o público a que se destinam, mas toda uma cadeia de produção que é influenciada por aqueles que consomem tais produtos. As it girls estão aí para não me deixam mentir!
Para poucos ou para muitos, o ato de comprar deve ser ponderado, afinal somos todos responsáveis pelo mundo que queremos deixar para nossos filhos e netos. Com um marketing cada vez mais invasivo, acabamos todos nos entregando aos pequenos prazeres, proporcionados por uma bolsa nova, um anel incrível ou o sapato do momento!
O que fazer para resolver uma situação que parece tão paradoxal?
Parabéns pelo blog! Seus artigos são deliciosos de ler e aprender.
consueloblog
16 de October de 2012O problema disto é q não tenho idéia de como possa ser resolvido!!!
Obrigada e um Bj!
C
Lu
16 de October de 2012Acho que esse afã do consumo pelo consumo, sem que tenha importância a história da marca e do produto, bem como das matérias primas e mão de obra utilizadas (enfim, alguma cultura) é o que mais me incomoda. E normalmente vemos essa atitude em pessoas que hoje têm muito acesso a dinheiro, mas que no passado infelizmente não tiveram acesso a educação e cultura. Isso, sim, me incomoda: ver produtos maravilhosos, bem produzidos, com uma bela tradição sendo consumidos como algo passageiro, da modinha da última semana e que será tratado como tralha na semana seguinte. Ter uma bolsa de luxo qualquer um pode, mas educação, cultura, boa formação nem todos! E penso que é por isso que esses objetos tidos como "passaportes" para mudanças de classe social muitas vezes falham e tornam suas consumidoras ridículas.
Laura
20 de October de 2012Que prazer em ler esses comentários!
Silvana Mendonça
15 de October de 2012Bacana ler todos os comentários, já fui e voltei neste post várias vezes. O importante é ser coerente com a vida, com nossos valores, com o que podemos e queremos, pode até ser um produto luxuoso, um momento luxuoso, porque não? Se for algo que cabe na vida e no bolso da pessoa não sou contra. Acho sim um problema aquelas pessoas descalibradas totalmente impulsivas, compulsivas que só vivem em torno deste tema – luxo, sem qualquer questionamento ou crítica. Neste momento, por exemplo, estou pensando que preciso ser igual ao Mogli e Balu quando cantam – http://www.youtube.com/watch?v=S4J70C36RGU
Eu uso o necessário,
Somente o necessário
O extraordinário é demais
Eu digo necessário
Somente o necessário
Por isso é que essa vida eu vivo em paz.
Pode ser que em novembro esta situação mude e a viagem para comprar uma bolsa maravilhosa (não disse mega luxuosa) apareça, afinal sonhar é possível e necessário. Qualquer coisa se não der certo continuo a cantar a música epicurista do Mogli. bj
Bia Dotorovici
15 de October de 2012Adorei Silvana !
consueloblog
16 de October de 2012AMO Mogli!! O Balu então!!! E sonhar é preciso!!
bjs
c
Janisete Miller
16 de October de 2012Perfeito, Silvana! Adorei! Boa idéia adotar a música do Mogli e Balu como "motto"! bjs
Natalie
15 de October de 2012Ótimo artigo Consuelo!!!!! E ótima a discussão também, me agrada muito esse tema!
Por coincidência estou fazendo uma matéria sobre comportamento e consumo na faculdade e li um livro chamado 'Cultura do consumo & modernidade'.
Achei essa divisão que você fez bem interessante e acho que tanto o consumidor do masstige quanto o do luxo extremo procuram uma satisfação momentânea, que é movida sempre a todo instante por desejos que são projetados para não cessar.
E acho que quando as pessoas vão ganhando dinheiro, vão perdendo um pouco o senso do valor, do dinheiro em si. Porque o que era caríssimo para você antes, hoje já não é mais. A partir do momento que você se vê podendo comprar um casaco de 30 mil euros, você vai comprar vários e enquanto estiver podendo pagar, o céu é o limite, porque perde-se a noção do valor. Deu para entender?
Tem coisas que também acho um absurdo e que falo que jamais compraria se pudesse pagar, mas será?
O mercado de luxo seduz e acho que acontece muito essa coisa de perder o parâmetro com a questão dos preços.
E no caso do masstige, acho que uma coisa que me faz pensar muito também em comprar ou não comprar é a da pirataria.
Você vai comprar uma Neverfull porque é prática, de qualidade e tudo mais, mas também porque é uma LV e ela tem um preço pela marca. E eu acho que quem compra quer mostrar que é autêntica, quer mostrar status. Mas hoje em dia há tantas cópias tão fiéis sabe...
Acho que cada um compra o que pode, até porque hoje em dia é tudo muito mais acessível!
A única coisa que defendo é que tem que haver um respeito ambiental, com a questão das peles, dos couros e etc. Acho que essa conscientização ainda está longe de acontecer e que o desejo, o status e o querer passa por cima de tudo. Uma pena.
Adorei o tema!
Super beijo!
Bia Dotorovici
15 de October de 2012Concordo com vc Natalie em relação as peles !
Bia Dotorovici
15 de October de 2012Consu,
que maravilha esse tema bombou !Concordei com a maioria das opiniões .Se vc. trabalha ganha seu dinheiro honestamente , compra o que vc quiser, nãoé ?
É, porém não é prudente se individar, fingir ser quem não é. O triste desse mundo de hoje, é a valorização do ter , mais do que o ser , essa inversão de valores , fico pensando onde isso tudo começou ???
Por causa de dinheiro, toda ação é perdoada ?Veja que esse assunto descamba para outros e outros mais .
mas também não posse deixar de falar que enquanto alguém compra uma bolsa de 30.000 ou um celular de 350.000 reais, ou dolares, tem uma criança morrendo de fome na África. e aí, como fica ??? Deixo prá lá ? Não tenho nada a ver com isso ?
Adoro bolsas e sapatos, compro os que posso e gosto, mas me imponho limites , e tento fazer alguma coisa pelo meu proximo.
De repente essas grandes marcas luxuosas tb. fazem, não é ?
Claro que a qualidade desses produtos é muito superior e um Rolex é prá vida toda 1
Bjks à todas amigas do " salloto"( escrevi certo ???) e prá vc também. !!! Adoro !!!!!!!!!!
Se vier ao Rio um dia vamos marcar um encontro das amigas de cá , ok ?
Ana Laura Rabelo
17 de October de 2012Oi Bia! Gosto muito de seus comentários! bjks,AL
Ana Lúcia
16 de October de 2012Tudo ja foi dito , mas preciso colocar a minha "colher"!
Amo Rolex , LV, Channel , viajar de primeira classe e chegar ao destino inteira, me hospedar em bons hotéis, desfrutar de boas refeições, um bom champanhe, prazeres da vida: e luxo , para mim e recompensa de anos de trabalho, de bônus de fim de ano de carinho para comigo e os meus. Acho q a palavra da hora e parcimônia!!!
Não só p o luxo mas para tudo na vida.
Beijos
Claudia Tafner
16 de October de 2012De fato..luxo é viver bem..com liberdade (maior dos luxos) que o dinheiro traz. Claro que cada um de nós tem desejos ...coisas..objetos q podem ser de um jeito ou de outro..luxo é desejá-los ..saber q a vida fica melhor qdo temos o melhor q podemos alcançar...Voltando ao assunto..acho q a única marca de luxo, de verdade..é hermès...podemos ter a grana na mão e não conseguir comprar..existem livros divertidíssimos sobre o assunto...desejo desde os 17 anos um de seus artigos..já é folclore na minha família ..mas saber comer bem, viajar bem pela vida com bagagem leve e uma bela bolsa na mão ( aquela..) isso é luxo..sobre o novo conceito antropológico...de deixo com vc Consuelo...adorei a reflexão....achei um luxo.
Bjs
C.
Heloisa Pinheiro
16 de October de 2012Interessantíssimo esse seu post, Consuelo, sobre um assunto polêmico mas atual (talvez, mais ainda do que em 2007), pois nos leva a refletir a respeito do contraponto entre o ter e o ser. Aprecio tudo o que é bom e belo, desde que não me faça passar do limite que eu mesma me imponho, para não transformar algo que poderia ser bom em ruim. Como a maioria das mulheres, gosto muito de "doing shopping", apesar de não me deslumbrar com tudo que o dinheiro pode comprar. Por exemplo, não me agradaria sair por aí, com uma bolsa "de grife" (com as inciais LV em tamanho gigante), como tenho visto muito, atualmente, sendo que isso não corresponderia a minha realidade, nem significa bom gosto. Prefiro me vestir de forma mais básica, usando acessórios, roupas, sapatos de boas marcas, com preços mais acessíveis, que mesmo não sendo tão glamurosos, me deixam elegante, moderna. sem ter que exceder meu padrão financeiro. Mesmo porque, até grifes de artigos de luxo lançam tendências diferenciadas a cada temporada.
Enquanto isso, há pessoas que se endividam para comprar artigos caros, de luxo, achando que assim passam a fazer parte da elite. Elite essa que, justamente por ter uma situação financeira privilegiada, em muitos casos, ao contrário do que se pensa, valoriza mais a simplicidade (com bom gosto é claro) à ostentação.
E, como comentei no facebook, a pessoa é que empresta o luxo ao que estiver usando e não o contrário... Parabéns pela matéria! (o nível dos comentários é um luxo-não poderia ser diferente) Thanks, por propiciar-nos essa reflexão e discussão tão enriquecedora! Bjs.
Marjorie Carvalho
25 de January de 2013Olá Heloisa, adorei sua maneira lúcida de colocar aqui com tanta delicadeza uma grande verdade!
consueloblog
16 de October de 2012Querido Salotto,
Achei que vocês iriam impressionar com este argumento, mas vocês foram além de qualquer expectativa!! Nossa! Tenho um orgulho enorme de fazer parte disto aqui! Os comentários são todos inteligentes, trazendo pontos de vista diferentes um do outro mas nunca ofendendo.
A minha intenção era exatamente esta, não ofender nem criticar, mas observar um fenômeno. Isto pode servir a algumas pessoas a repensar seu comportamento, como também pode abrir os olhos a outras ou ainda ajudar empresas a estudar estratégias.
Quis jogar um argumento, uma opinião, e com a ajuda de tantos pontos de vista, o fazer importante, pois sózinho este artigo tem pouco significado. Precisa ser discutido!
Obrigada a todos que contribuíram!
bjs
Consuelo
Quiteria Franco - Visual (in)Desejado
16 de October de 2012Pensei, pensei e acredito que luxo mesmo -é poder ler em teu blog a diversidade de opiniões sobre um tema que assombra nosso imaginário.Para mim o que importa mesmo é o desejo que acompanha o masstige e do qual, em alguma circunstância, não escapamos.
Pessoalmente não gosto de marcas logadas como as bolsas Vuitton, mas relógio, óculos, uma chanelsinha básica têm sua justificativa pela qualidade e conforto.
Boa a reflexão para nos conhecermos melhor.
Bjos.
Quiteria Franco - Visual (in)Desejado
16 de October de 2012Fiquei curiosa ao verificar que algumas participantes do salotto tem seu nome associado a um link que conduz a seus próprios blogs. Como eu poderia ter tal distinção.
Seria muita pretensão?
Grande abraço!
consueloblog
16 de October de 2012Fica a teu qui-tério...rssss. Basta colocar quando se registra para deixar o comentário...
bjs
c
Quiteria Franco http//: visualquiteriafranco.blogspot.com
17 de October de 2012Vou tentar!
consueloblog
17 de October de 2012Ainda não funcionou... Mas não dá para colocar onde diz site? Tem essa opção?
bjs c
Ana Laura Rabelo
16 de October de 2012Será q ainda da tempo de dar meu pitaco?
Achei o texto ótimo! Principalmente o fato de vc pontuar que o amadurecimento faz com que saibamos valorizar outras coisas, ou melhor o que tem valor mesmo sao as coisas boas do dia a dia. As dadivas como sorriso de criança, domingo de sol...eu acredito que ter saúde eh a maior de todas as bênçãos! Agradeço pela minha todos os dias!
Self- indulgence de vez em quando eh uma delicia, mas, dentro das minhas possibilidades e sem sofrimento! O prazer vem do equilíbrio e nao nos deve rouba-lo, isso eh também saúde, de corpo e alma! Bjks,AL
Ana Laura Rabelo
16 de October de 2012Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.
1 Coríntios 6:12
Quis acrescentar esse verso pq, foi nisso exatamente que meditei hoje logo pela manha...achei q tem haver com o assunto. Bj,AL
Ana Laura Rabelo
16 de October de 2012afff. tem a ver...e não haver mil perdões!!!
Bia Dotorovici
16 de October de 2012Ana Laura, amei! Excelente meditação!
Luciana de Oliveira
16 de October de 2012Queridas,
Gostei demais deste post e dos comentários!
Acredito muito que se esta dentro das suas possibilidades e te coloca um sorriso no rosto porque não desfrutar de objetos feitos com materiais espetaculares e não de obra primorosa. O importante é não ser label slave. Eu mesma me presenteio de vez em quando e sim fico com sorriso no rosto quando uso minhas coisinhad.
Minha preocupação maior como mãe de menina quase adolescente é ver essa onda de it girls que deixaram de ser meninas criativas e estilosas para se tornar outdoors. Gostava muito maia quando os blogs eram feitos por meninas como a Cris Guerra e Julia Petit que tem estilo de verdade e parecem se divertir muito com moda.
Trabalhei muitos anos com o mercado de arte, e conheci muitos bilionarios que nao tinham o menor interesse em objetos exclusivos e tinham o sonho de poder sair na rua sem segurança. E conheci outros tantos que adoravam ter acesso a exclusividade. Com este comentario quero dizer que uma parcela de nós pode muitas vezes querer aquilo que não está ao nosso alcance, e como disse a Ana Paula o prazer vem do equilibrio.
Bjs
Luciana de Oliveira
16 de October de 2012Sorry, digitei errado o comentário é da Ana Laura
Ritinha Medina
16 de October de 2012Queridos todos,
E prá falar em Luxo Extremo... O meu, sem dúvida, se refere a ter TEMPO para usufruir, aproveitar "As duas dúzias de coisinhas à toa q deixam a gente feliz" (Otavio Roth - uma pena q ele passou tão rápido por esse planeta!) como : "ouvir passarinho na janela, usar pijama de flanela, comer brigadeiro na panela, dizer eu te amo e vice versa, pegar vaga lume aceso na mão, sentir cheiro de terra molhada, comer pão quentinho de manhã, começar caderno novo, ter um saco de bombom por perto, acordar com cafuné e estalar os dedos do pé" e... por aí vai. Agora, não sou tonta nem nada prá não admitir q tb sou fisgada por certos luxos materiais q fazem o coração bater mais depressa. O meu último foi uma certa RdF!!! Bjkas,
consueloblog
16 de October de 2012Amei queridovsky, e principalmente entendi até a ponta dos cabelos na nuca!!! Grazie! Bjs c
Drica Melo
16 de October de 2012Olá... não acho que luxo seja a questão, mas a forma com que se lida com ele.
Tudo bem ter a bolsa que encantar... quem não ama a beleza estética, somada, a muita qualidade?
Não curto símbolos, curto elegância e educação... e não há como generalizar, cada um que seja feliz como quiser e desejar!
Porém, que haja reflexão, tudo bem usar LV ou Chanel, se no pacote houver equilibrio, cultura e educação... acho que o artigo de Nizan ( http://www1.folha.uol.com.br/colunas/nizanguanaes/1169733-a-nova-classe-alta.shtml) caí em boa hora!
Consuelo, excelente post! Bjs
Drica Melo
16 de October de 2012Olha que legal esta música da Vanessa...
"Comprei uma bolsa de grife, mas ouçam que cara de pau, ela disse que ia me dar amor, acreditei, que horror, ela disse que ia me curar a gripe, desconfiei, mas comprei (...) Ainda tenho a angustia e a sede, a solidão, a gripe e a dor. E a sensação de muita tolice nas prestações que eu pago pela tal bolsa de grife."
http://youtu.be/OluYhLIeAYI
consueloblog
16 de October de 2012Rsssss!!! ;-)
Bjs c
Laura
20 de October de 2012Bom demais...
Luciene Felix Lamy
16 de October de 2012Excelente o artigo, Drica! ;)
"Ser rico é um privilégio, um direito e também uma responsabilidade."
Beijos, saudades,
lu.
consueloblog
16 de October de 2012Querida, estava pensando neste artigo agorinha... E pensando se encaixava ou não... Triste pensar Ni que diz q é mais difícil educar os filhos q quem ele alude a pobre, mas lendo o comentário da Luciene se pondera em como chamar. Não sei se entendi ao q ele alude... Me ajuda?
Sem duvida, porém, sempre acho q a educação é a coisa mais importante em uma sociedade e me preocupa q é o primeiro lugar onde tantos políticos vão cortar a verba!!
Bjs e obrigada
C
Drica Melo
16 de October de 2012Consuelo, acho que ele disse que a classe alta não está muito preocupada com bons diplomas para colaborar com a evolução da economia do pais em plena ascensão (já que a vida esta ganha), algo primordial para a classe média... a bola da vez é o consumo sem freio e o prazer inatingivel... está fora de moda a educação engajada... diz ele: "não educar bem uma criança, deixá-la crescer no shopping center, consumindo loucamente sem ter desafios e sonhos que transcendam um abdome de tanquinho e o próximo modelo de iPhone, é falta de amor com ela e falta de responsabilidade com o país."
Heloisa Pinheiro
16 de October de 2012Prezada Drica, desculpe a intromissão, mas li e achei muito interessante e pertinente esse artigo do Nizan Guanaes! Obrigada por nos deixar essa dica.
Bj. Helo.
Drica Melo
17 de October de 2012Helo, que bom que gostou... adoro compartilhar reflexôes! Abçs
érika ferreira
16 de October de 2012Muito bom o artigo, faça mais desses! Realmente procede.....
consueloblog
16 de October de 2012;-)!
Janisete Miller
16 de October de 2012Consuelo, achei este seu post excelente e super “thought provoking”! Seu texto ficou ótimo e adorei ler todos os comentários do salotto, muito interessantes. Para mim, luxo é poder fazer escolhas conscientes e ter opções e perspectivas em várias esferas da vida. Realmente, consumo é um tópico que merece uma profunda reflexão, como todo comportamento humano. É assustador o consumo desenfreado e a inversão de valores que vemos atualmente e acredito que bom gosto passe longe de ostentação e de exageros. Acho importante beleza e qualidade – até porque esta questão toda de fast fashion é também assustadora, onde está a preocupação com a sustentabilidade? (seria interessante saber sua opinião a respeito! Quero muito ler um livro chamado “Overdressed” a respeito – você conhece?) – mas como muitos aqui colocaram muito bem, bom senso, equilíbrio, parcimônia e ética (inclusive ambiental) são fundamentais em tudo na vida e esta é uma busca constante de todos nós, não é mesmo? bjs
Maurizio Padoin
16 de October de 2012oi, bom tema para uma conversa sem tempo para acabar....
segundo o arquiteto francês Wilmotte, o luxo se define pelo conceito de espaço.
o espaço identificado como lugar, luxo seria não se sentir confinado e o espaço identificado como tempo, seria não se sentir prisioneiro das regras e das modas.
ele fala ainda, e eu concordo, que o luxo é discreto; acho também a elegância discreta de uma mulher algo fenomenal como quando vejo minha esposa de saia e assim me estimula suspeitas e curiosidades.
Drica Melo
17 de October de 2012Mauricio... realmente tempo e espaço são luxos incomparáveis... concordo com você, o corpo implicito desperta desejos mais fugazes, diz tbém o meu marido... puxando sardinha, os arquitetos engajados tem em si a beleza estética aliada a muita filosofia, é isto não quer dizer que só o $$$$$ confere, muito estudo e reflexão faz a vida mais simples... ler Lúcio Costa, ter tempo para percorrer e analisar belas obras, é um grande Luxo!!!
"Penso, digo que penso, logo Existo." (Lúcio Costa - Arquiteto e Urbanista)
Ritinha Medina
17 de October de 2012Drica,
Adoro qdo você aparece por aqui.
Aprendo bastantão.
Sou sua fã, e não sou a única!!! Bjs,
consueloblog
17 de October de 2012Eu também!!! bjs c
Drica Melo
17 de October de 2012ai, ai, Ritinha... tô mais para discurso chato, afinal este é um blog de moda? não só... como diz a Consuelo, de comportamento tbém! Fala sério, vestir-se com elegância, beleza, refinamento e filosofar sobre a vida é uma delícia... e sempre útil... até tem uma pesquisa que diz que os homens atuais preferem mulheres inteligentes (http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/homens-preferem-mulheres-inteligentes/?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_super) ...sendo assim, que tal unir beleza exterior + beleza interior? eu juro que tento, tento... um dia chego lá !!! O legal é que aqui no salloto a Consu (Bjs!) permite reflexões, acho que este é o sentido social que deveria ter todos os blogs, e não apenas futilidades estéticas descartáveis! ... aí, aí, essa minha mania de falar o que penso... ainda mordo a língua!!! ... Sorry, prometo ficar quieta por meses...
consueloblog
17 de October de 2012Começo a campanha:
NAO QUEREMOS A DRICA QUIETA, A QUEREMOS ASSIM, LINDA DENTRO E FORA E NUNCA MORDENDO A LINGUA!!
Quem aceita, assina abaixo!!
Yours sincerely,
c
PS Eu nunca mordo a língua!
Drica Melo
17 de October de 2012Ritinha, que fofa é você! Bjs
Consuelo, olha que vídeo importante para complementar o seu arrasador artigo... "Conhecimento é o novo luxo!!!" in http://youtu.be/Va0JBZ8YOOU
Maurizio Padoin
18 de October de 2012concordo, muito boa colocação.
sou cirurgião, adoro estética, isso é um luxo, me ajuda na minha atividade e por isso admiro a arquitetura e esse senso de orientação que vc fala.
abraço
m
Maurizio Padoin
18 de October de 2012falo do comentário da DRICA
Ritinha Medina
18 de October de 2012E eu estou assinando a lista proposta pela Consu para que a DRICA NÃO SE CALE!!!
Definitivamente esse não é um blog só de moda!
Além de todo o conteúdo q a Consu nos apresenta, o salotto nos proprciona trocas pessoais de uma riqueza única. Por isso Drica faça a gentileza de NÃO SUMIR!!! Bjkas,
PS - Viva o Coments 100! Esse post bombou.
Acho q só perde pro Apresente-se...
Rita Branco
16 de October de 2012A simplicidade... é um luxo.
Um beijo, Consuelo!
Simples... assim.
Martha
17 de October de 2012Meninas,sabia que a minha praia era aqui no salotto !
Observo muito .... outro dia , fazendo check up às 6 e meia da manhã no Sirio Libanes , eramos 5 mulheres na espera... 3 usavam Goyard .... de repente o mundo ficou tão pequenininho ..... Não vejo ninguem usando bolsa de palha, daquelas de feira, que as parisienses sabem usar tão bem com o carré na alça ... nem as étnicas, maravilhosas que a gente compra nos Grand Bazaars da vida ...Realmente, o essencial é invisível para os olhos ! baci mille Consuelo !
Ana Abate
17 de October de 2012Consuelo e Salotto... Como é bom passar por aqui e ter o luxo de ler, aprender, ponderar e conhecer opiniões tão diversas... A minha, simples, é: viver dentro dos seus padrões não esquecendo jamais de dividir... Jamais "ter" se não puder "ser"! Cada um tem sua escala de valores tanto materiais como morais! Se vc pedir que cada um do salotto classifique a sua, verá que serão muito diferentes!
A minha material é primeiro morar bem pois para mim a casa é o melhor lugar do mundo, depois viajar muito e poder desfrutar do que as viagens e paises proporcionam e por último ter tranquilidade para o futuro. A Moral é poder fazer isso sem prejudicar ninguém e compartilhar sempre!
Direto da Disney com a família para o seu super mega blog demais! Que Luxo! Bjs
Juliana
17 de October de 2012Oi Consuelo e todos do Salotto!
Ler o texto e os comentários me fez pensar que o luxo está bem dentro de nós, o que realmente buscamos e queremos pra vida. Equilíbrio, paz, amor, sucesso, carinho, afeto, cheiros, sabores e também aquilo que faz nossos olhos brilharem e o coração mais confortável. Tudo se explica com a busca daquilo que nos encanta.
Consuelo, grande iniciativa tomar a frente deste e de tantos outros assuntos interessantes. Continue a fazê-lo.
Grande beijo,
Ju
Quiteria Franco
19 de October de 2012-------
paulo gomes paccelli
20 de October de 2012Estou tão atarefado que não consigo mais entrar na net, final de ano o serviço esta corrido e TCC na facu, mas quis participar desse post. concordo com tudo e devo salientar que o luxo nos torna autoconfiante e acima de tudo especiais. As pessoas não precisam saber quanto custou aquela bolsa Prada que compramos , mas o simples fato de eu saber já basta. Mostrarei um exemplo clássico: numa das minhas viagens de final de ano pra São Paulo, depois de andar e andar caçando algo que pudesse me exitar entramos na Versace na Bela Cintra e quase morri com uma camiseta de Zebra toda bordada em cristal, não pensei duas vezes comprei resultado um rombo no meu cartão de credito, quando chego em casa e minha mãe indaga quanto custou aquilo e eu inocentemente digo quase apanho, começa ali um discurso social sobre as pessoas famintas na Africa e afins, MAS se eu não comprasse elas continuariam a passar fome. Ao comprar aquele camiseta me senti especial, único e acima de tudo consciente de como trabalhador e pagador do meus impostos(que são altíssimos) posso e devo gastar o que sobra do meu salario como eu quiser. Ao comprar algo de luxo, eu quero me diferenciar dos que me cercam, é impossível isso usando Hering. O luxo me conforta e acalenta, e tirando essa discussão o luxo gera empregos e renda também, portanto não sei qual o problema de se consumir luxo????????? Mas amei o post. Dona Consu adoro polemicas...........
consueloblog
20 de October de 2012Cada ponto de vista enriquece o argumento!
Bjs e obrigada por contar a tua história para nós.
C
Isabel Pires
23 de November de 2012Oi Consuelo,
Não sei se ainda cabe um comentário nesta discussão tão rica e interessante e onde muito já foi dito. De qualquer modo, vale lembrar que numa sociedade complexa como a nossa , não é de todo estranho que co-existam diferentes modelos de comportamentos de consumo de luxo. Entendo que os significados do consumo de bens de luxo ocorrem de formas distintas, assim como distintas são as motivações que levam as pessoas a adquiri-los . Não podemos esquecer que as pessoas apresentam perfis, estilos de vida, desejos e necessidades diversas. De qualquer modo, e seja qual for o padrão de comportamento, o consumo de produtos de luxo manifesta (mesmo que de forma inconsciente) um desejo de distinção social . Beijos a todo o salotto.
consueloblog
23 de November de 2012Logico que cabe um comentário, especialmente interessante como o teu. Bjs! C
Luciene Felix Lamy
27 de November de 2012Para constar nas reflexões desse post, tomo a liberdade de trazer o polêmico (maior zum-zum-zum na web) artigo de Danuza Leão (Folha de S. Paulo - 25 nov/2012):
"Afinal, qual a graça de ter muito dinheiro? Quanto mais coisas se tem, mais se quer ter e os desejos e anseios vão mudando --e aumentando-- a cada dia, só que a coisa não é assim tão simples. Bom mesmo é possuir coisas exclusivas, a que só nós temos acesso; se todo mundo fosse rico, a vida seria um tédio.
Um homem que começa do nada, por exemplo: no início de sua vida, ter um apartamento era uma ambição quase impossível de alcançar; mas, agora, cheio de sucesso, se você falar que está pensando em comprar um com menos de 800 metros quadrados, piscina, sauna e churrasqueira, ele vai olhar para você com o maior desprezo --isso se olhar.
Vai longe o tempo do primeiro fusquinha comprado com o maior sacrifício; agora, se não for um importado, com televisão, bar e computador, não interessa --e só tem graça se for o único a ter o brinquedinho. Somos todos verdadeiras crianças, e só queremos ser únicos, especiais e raros; simples, não?
Queremos todas as brincadeirinhas eletrônicas, que acabaram de ser lançadas, mas qual a graça, se até o vizinho tiver as mesmas? O problema é: como se diferenciar do resto da humanidade, se todos têm acesso a absolutamente tudo, pagando módicas prestações mensais?
As viagens, por exemplo: já se foi o tempo em que ir a Paris era só para alguns; hoje, ninguém quer ouvir o relato da subida do Nilo, do passeio de balão pelo deserto ou ver as fotos da viagem --e se for o vídeo, pior ainda-- de quem foi às muralhas da China. Ir a Nova York ver os musicais da Broadway já teve sua graça, mas, por R$ 50 mensais, o porteiro do prédio também pode ir, então qual a graça? Enfrentar 12 horas de avião para chegar a Paris, entrar nas perfumarias que dão 40% de desconto, com vendedoras falando português e onde você só encontra brasileiros --não é melhor ficar por aqui mesmo?
Viajar ficou banal e a pergunta é: o que se pode fazer de diferente, original, para deslumbrar os amigos e mostrar que se é um ser raro, com imaginação e criatividade, diferente do resto da humanidade?
Até outro dia causava um certo frisson ter um jatinho para viagens mais longas e um helicóptero para chegar a Petrópolis ou Angra sem passar pelo desconforto dos congestionamentos.
Mas hoje esses pequenos objetos de desejo ficaram tão banais que só podem deslumbrar uma menina modesta que ainda não passou dos 18. A não ser, talvez, que o interior do jatinho seja feito de couro de cobra --talvez.
É claro que ficar rico deve ser muito bom, mas algumas coisas os ricos perdem quando chegam lá. Maracanã nunca mais, Carnaval também não, e ver os fogos do dia 31 na praia de Copacabana, nem pensar. Se todos têm acesso a esses prazeres, eles passam a não ter mais graça.
Seguindo esse raciocínio, subir o Champs Elysées numa linda tarde de primavera, junto a milhares de turistas tendo as mesmas visões de beleza, é de uma banalidade insuportável. Não importa estar no lugar mais bonito do mundo; o que interessa é saber que só poucos, como você, podem desfrutar do mesmo encantamento.
Quando se chega a esse ponto, a vida fica difícil. Ir para o Caribe não dá, porque as praias estão infestadas de turistas --assim como Nova York, Londres e Paris; e como no Nordeste só tem alemães e japoneses, chega-se à conclusão de que o mundo está ficando pequeno.
Para os muito exigentes, passa a existir uma única solução: trancar-se em casa com um livro, uma enorme caixa de chocolates --sem medo de engordar--, o ar-condicionado ligado, a televisão desligada, e sozinha.
E quer saber? Se o livro for mesmo bom, não tem nada melhor na vida.
Quase nada, digamos."
bjs,
lu.
consueloblog
28 de November de 2012Infelizmente é a condição social que encontrei no Brasil nesta última viagem. Mas a felicidade se pode encontrar em vários modos; mesmo se ficar em casa com um livro bom e chocolate não é mal!! Rssssss
Bjs e obrigada!
C
Mozart J Fialho
15 de January de 2015Olá, Consuelo. Eu não ia fazer nenhum comentário, mas, minha consciência me pediu o contrário. Parabéns por tudo: por ser tão bonita e por escrever tão bem. Sou redator publicitário e trabalho no depto de criação de uma empresa de cosméticos, em Goiânia-GO. Vim à procura do tema que, para mim, é novo: masstige. Quando eu fiz faculdade, ainda não se falava nisso, apesar de já existirem aqueles consumidores que deixam de comer para usar/vestir uma grife famosa. Mas, o que dá a entender é que, de certa forma, as marcas mais famosas (e caras) têm realmente colocado seu foco em outros tipos de consumidores. Apesar do aumento de ricaços no mundo, os de classe média têm também crescido até em maior percentual e os de classes mais modestas, por assim dizer, têm tido melhor poder de compra. Você citou algumas marcas e, como sou motociclista, devo mencionar a Harley-Davidson que, ao globalizar-se, precisou trabalhar também os preços de suas motocicletas. Em poucos anos de Brasil, a moto mais barata deles passou de 32 mil para 27 mil, só para efeito de comparação. E, depois de ler seu texto, cheguei à conclusão que a HD está praticando esse mesmo masstige que empresas do setor da moda estão fazendo. Estou certo em minha definição, também?
Obrigado pela elucidação bastante simples sobre o termo. Tudo de bom para você e também às suas leitoras.
consueloblog
16 de January de 2015Nossa Mozart, suuuuper interessante isto!! não conheço este mercado, mas faz muito sentido. Não posso te confirmar 100%, mas por o que vc me conta, acho q a tua definição está certíssima!! bjs c