Valentino Haute Couture muda completamente de cara!

Pierpaolo Piccioli com suas modelos na escadaria do Hotel Salomon Rothschild

O desfile começou com um minuto de silêncio em homenagem a Franca Sozzani, editora chefe da Vogue Itália que morreu este ano.  Ela comandou a revista por 28 anos e foi revolucionária na sua visão, entendendo e estimulando fenômenos como as top models e as mídias sociais, além de ter sido madrinha aos maiores fotógrafos de moda dos nossos tempos.

Acenderam-se as luzes e começou a trilha sonora feita especialmente para o desfile da Valentino Haute Couture por Alexandre Desplat, compositor francês para filmes e vencedor de um Oscar pelo seu trabalho no O Grande Hotel Budapeste.

O desfile foi no maravilhoso Hotel Salomon Rothschild

Tudo muito emocionante, mas nada como o que estava por vir.  Pela linda escadaria do elegante Hotel Salomon de Rothschild (1878), modelos com maquiagem super natural e cabelos lisos soltos desfilavam vestidos minimalistas!  Mas aí nos perguntamos: não é alta costura?  Não deveriam ser vestidos de construção e execução complicadas e sofisticadas?  Ao olho nu, podem parecer peças simples, mas na verdade são obras de arte.  Na simplicidade, cada costura perfeita e feita a mão, tem a pressão certa para não deturpar a beleza do caimento do tecido.  As proporções são perfeitas entre o corte da gola, a largura das cavas dos braços e o comprimento.  Os bordados impecáveis refletiam a luz discretamente.  A qualidade e escolha meticulosa do tecido são aparentes no movimento.  Um deslumbre!

Pierpaolo Piccioli, diretor criativo da marca, desfila pela primeira vez na alta costura sem a sua companheira de carreira, Maria Grazia Chiuri que foi à Dior (veja o post da sua coleção de alta costura AQUI).  Como a Valentino era uma das marcas de maior sucesso e mais amadas sob o comando dos dois, e os dois nunca haviam trabalhado sem um ao outro, a curiosidade era tanta para entender quem era responsável por o que na Valentino.  Com esta coleção foi revelado.  Os vestido de tule bordados foram de Maria Grazia e o vestido capa monástico e tão copiado era obra de Pierpaolo.  Algumas coisas coincidem, como a perfeição do corte de um casaco.

Com este desfile, Piccioli abandona de vez a Valentino de antes e cria a sua versão da marca: clean e sofisticada para todas as idades.  As sandálias baixas servem para desmistificar a severidade dos looks e funcionaram super bem.

Perdemos um time ótimo, mas na verdade, ganhamos outra coleção pois agora ao invés de uma maison maravilhosa, temos duas.  Acredito que Maria Grazia seja mais street.  Suas peças vão complementar os nossos armários com maior facilidade.  Pierpaolo por sua vez cria peças divinas quase para serem colecionadas.  Os dois são tão talentosos e maduros no seu trabalho que conseguiram criar cada um a sua linda coleção, e nós agradecemos por isso!

Fotos Business of Fashion e Instagram

E não deixem de ver o vídeo do desfile para entender como estas peças se movem…

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